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NEURITE ÓPTICA

O QUE É NEURITE ÓPTICA?

O termo neurite óptica corresponde a uma INFLAMAÇÃO DO NERVO ÓPTICO, responsável pela transmissão da informação visual do olho ao cérebro. Quando associada a edema do disco óptico é chamada de papilite; nos casos em que o disco óptico é normal, utiliza-se o termo neurite retrobulbar.

A neurite óptica pode ocorrer de forma isolada e sem uma causa específica ou associada a doenças sistêmicas como infecções, esclerose múltipla ou outras patologias auto-imunes e neurológicas (como as do chamado espectro da neuromielite óptica).

NEURITE ÓPTICA DESMIELINIZANTE

O tipo mais comum de neurite óptica é chamado de desmielinizante e pode ocorrer de forma isolada (sem relação com doenças sistêmicas podendo ser chamada ainda de idiopática, ou seja, sem uma causa conhecida) ou associada a esclerose múltipla.

Geralmente, acomete pacientes jovens, com idades entre 20 e 50 anos, na maioria mulheres. Os principais sintomas são perda visual central (que pode ser discreta até grave) com evolução em poucos dias e comumente em apenas um dos olhos e dor ocular ou ao redor do olho que pode acontecer antes ou durante a baixa de visão e piorar com a movimentação dos olhos.

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS

Exceto pela baixa visual e por uma discreta alteração do exame das pupilas (chamada de defeito aferente relativo), o exame oftalmológico do paciente com neurite óptico pode ser praticamente normal (inclusive o aspecto do nervo óptico visto ao exame de fundo de olho nos casos em qua a inflamação acontece atrás do globo ocular). Edema de disco óptico ocorre em aproximadamente 1/3 dos casos e é geralmente leve ou moderado, sem hemorragias associadas.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é clínico, porém a ressonância magnética de crânio e exame de líquor (com pesquisa de bandas oligoclonais) podem ajudar no diagnóstico e na estratificação do risco de associação com esclerose múltipla. Exames complementares oftalmológicos como campimetria visual e tomografia de coerência óptica (OCT) são muito utilizados nesses casos.

O neuroftalmologista e o neurologista são os médicos que geralmente acompanham esses casos (muitas vezes em conjunto) e o tratamento varia conforme a causa. Em alguns casos, o uso de altas doses de corticóide intravenoso pode estar indicado. O prognóstico visual varia conforme a causa da neurite óptica – nos casos isolados ou associados à esclerose múltipla, geralmente há uma boa recuperação visual, muitas vezes mesmo sem tratamento.

NEURITE ÓPTICA ATÍPICA

Os casos que não se enquadram nesse tipo de neurite óptica mais comum são por vezes chamados de neurites “atípicas”. Ocorrem em pacientes bem jovens ou idosos, não apresentam dor, podem acometer os dois olhos de forma simultânea ou sequencial, apresentar lesões inflamatórias extensas ao exame de ressonância magnética, não apresentar recuperação visual tão importante, muitas vezes com recidivas precoces e dependência de tratamento. Nesse cenário,a investigação de doenças sistêmicas é muito importante. Variados exames podem ser solicitados, a depender da suspeita clínica. Exames como a pesquisa de anticorpos como o anti-aquaporina 4 e contra a glicoproteína da mielina de oligodendrócito (anti-MOG) podem auxiliar quando há suspeita de doenças do espectro da neuromielite óptica.

A avaliação médica minuciosa é essencial para o diagnóstico, tratamento e seguimento dos casos de neurite óptica. Em caso de dúvidas, procure sempre seu médico de confiança.

Escrito por Dra. Ana Cláudia De Franco Suzuki – CRM-SP 144.222. A reprodução parcial ou total desse texto sem autorização é proibida.

Qualquer dúvida procure sempre seu oftalmologista. Todas as informações fornecidas neste website têm caráter meramente informativo, com o objetivo de complementar, e não substituir, as orientações do seu(sua) médico(a)

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